quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Guirlanda de Natal - atividade de coordenação motora fina


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Segue a dica para meninada desenvolver habilidades no espírito de Natal!

Material:
- pratinho de festa descartável ( preferi colocar 3 pratinhos juntos para durabilidade e prender a linha para pendurar)
- minipregadores com motivo de Papai Noel 
- cola
- outros enfeites escolhidos pela criança. 
Nesta mandala a criança escolheu colar um laço e escrever um cartão para Papai Noel.


Objetivo: 
-desenvolver as habilidades de coordenação motora fina, ação de sequenciamento e integração bilateral, senso estético e composição de um tema no contexto social. E criar!



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É muito bom este momento: o prazer de ver a obra finalizada!


Terapeutas de plantão: sempre deve haver oportunidade para criança escolher e estar envolvido na atividade. Mesmo que tenha algo sugerido previamente há espaço para valorizar a subjetividade!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cuidando de bebês - breve comentário do trabalho de terapia ocupacional


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Aproveito a oportunidade para mostrar um vídeo que recebi pelo facebook cujo os créditos estão na própria edição. É de uma beleza curativa!
O tempo se fazendo presente no toque suave sem pressa e com cuidado.
Vale a pena ver...e tentar perceber no cotidiano onde e quando podemos lentificar as nossas ações e se colocar mais inteiro...em contato consigo e com o outro.

O primeiro banho do bebê

Mas sei que nem sempre é assim. Muitas crianças, e mães, vivenciam eventos inesperados na gestação ou nos primeiros dias de vida do bebê que irão interferir na relação vincular. Algumas vezes a criança precisa ficar muitos dias na UTI por ex, quando há uma prematuridade extrema, outras até a criança sofre algum dano cerebral e há uma série de cuidados que se deve tomar para que o desenvolvimento do bebê ocorra da melhor forma possível.
O momento tão esperado do nascimento torna-se um grande desafio para absorver tantas informações em como cuidar de seu filho que precisa de cuidados especiais.
O importante é saber que quando as condições orgânicas não são favoráveis podem prejudicar o estabelecimento do vínculo da mãe e bebê nos primeiros meses de vida bem como o desenvolvimento neuropsicomotor global.
Atualmente existe o trabalho de diversos profissionais da área de saúde para acolher as necessidades destas famílias.
O terapeuta ocupacional irá trabalhar na relação da mãe e bebê , vivenciando modos de manuseio ajustados a necessidade do bebê, usando junto com a mãe  recursos para regulação do tônus e integração sensorial, contribuindo na humanização do ambiente em que o bebê irá conviver, e a relação com os demais membros da família.


Além disso, há áreas específicas onde o terapeuta ocupacional pode atuar quando há alguma defasagem evidente no desenvolvimento como o brincar, função visual, atividades da vida diária, entre outros.
Quando falo em mãe e bebê não excluo o pai desta história que está cada vez mais presente nos tempos atuais fazendo parte desta tríade. Mas é comum as mães atribuirem a própria "culpa" em não conseguir lidar com a sua criança. Desde o primeiro contato tento lembrar a mãe que aconteceu algo que independe da sua vontade, ou seja, um evento que ocasionou uma alteração orgânica, e que podemos juntas lidar com estas questões e encontrar formas de reconstruir os momentos felizes e duradouros tão necessários para o bem viver.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Terapia de Integração Sensorial com crianças do espectro autista

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Felizmente hoje existe um maior número de tratamentos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Um deles é a Integração Sensorial. 
Um passo importante foi passar a ver este diagnóstico como uma manifestação orgânica com múltiplas interações causais, entre elas, os fatores ambientais. Provavelmente amenizou a responsabilidade, que foi durante muitos anos, depositada meramente aos pais, ligando o autismo somente à falha na relação mãe e filho.
A ciência cumpriu o seu papel em ajudar a se viver melhor. As mães ficaram mais abertas e informadas para buscar os recursos terapêuticos para seus filhos.

Autismo e processamento sensorial
Nas recentes descobertas cada vez mais está se comprovando que existe um número bem maior do que se pensava de pessoas do espectro autista que apresentam um certo tipo de comportamento devido a falhas no processamento sensorial. E que isto começa desde a mais tenra idade ficando mais perceptível na fase de socialização da criança.
Uma criança que aos 2 anos de idade não se comunica tem grandes chances de ter apresentado alterações desde bebê no ciclo dormir/acordar, durante a alimentação, banho, trocar de roupa ou no modo de brincar, se movimentar e interagir. Não necessariamente em todos estes itens, mas em alguns que estão relacionados ao modo de regular os estímulos sensoriais do seu próprio corpo e do ambiente.
Isto se deve a uma diferença de organização neurológica que ocorre em muitas pessoas com TEA, no modo de receber, modular, processar, integrar as sensações e responder em forma de comportamento adaptativo.
Adaptar-se é o desafio do ser vivo.
Para o homem que segue a vida tendo que dar conta da linguagem e emoção fica ainda mais difícil quando existe alguma dificuldade nos elementos fundantes de sua personalidade.
O modo de perceber a si mesmo e ao mundo está relacionado como o nosso cérebro organiza as experiências, que são no mínimo sensoriais, e as transforma em vivências significativas trabalhando sistemicamente para a regulação entre as naturezas, do homem com o ambiente que vive, e viver coletivamente com outros homens com sua capacidade de auto-regular-se.

Muitas crianças com TEA sofrem na interação pois o sistema de auto regulação, de origem neurológica que só existe mediante a um bom processamento sensorial, está funcionando em defasagem e por isso que é difícil por ex, aceitar o toque do outro, a espera, ruídos e mudanças no ambiente, aceitar certos tipos de roupas e alimentos, brincar com outras crianças, aguentar o olhar do outro,  perceber seu corpo no espaço, regular as emoções, entre outros.

O começo 
Muitas crianças  chegam no "alerta vermelho" de não ter prazer em brincar, em ficar nos ambientes sociais, com alto nível de stress, ou por outro lado, se mostram apáticas sem saber iniciar uma brincadeira.
A terapia de integração sensorial busca entender o que causa a dificuldade de desempenho em cada criança por meio de uma atitude de como poder ajudá-la a "fazer as pazes" consigo e com o que o cerca.
O programa
A partir de uma avaliação específica vamos construindo junto com a criança e com o que a família nos traz, recursos sensoriais que funcionam como uma nutrição adequada criando boas oportunidades para se chegar a auto regulação possível, dentro do contexto de cada um.
Veja também Brincando com recursos sensoriais

O que caracteriza uma terapia de integração sensorial - linhas gerais
- um ambiente rico de estímulos onde a criança possa fazer escolhas e experimentações: equipamentos e materiais que promovam a pesquisa da criança com elementos que incentivem o bom uso dos 7 sistemas sensoriais de forma integrada nas brincadeiras.


- terapeuta numa atitude de mediador do processo dando apoio nas escolhas e incentivando as explorações, inclusive como responsável em modular as vivências para se chegar a regulação funcional
- família presente na terapia contribuindo e fazendo parte deste processo


- o principal: em terapias com crianças o processo acontece pelo brincar e o prazer que decorre disso pode virar aprendizagem.

Boas vivências nos levam a querer crescer, aprender, comunicar e continuar vivendo com os outros.

Veja também Autismo e terapia ocupacional