terça-feira, 29 de outubro de 2013

Somos todos diferentes...mais ou menos iguais...
                                                    Por Ana Elizabeth Prado
                                                                                Crefito 3/1670 TO

Talvez a maior dificuldade em compreender o que vem a ser inclusão seja pelo fato de esquecermos o óbvio, a natureza de que somos feitos com todas as possibilidades de se viver no coletivo!



Não podia deixar de compartilhar os links de um excelente material da Espanha - "DifErentes Guia Ilustrada sobre la DIVERsidad y la disCAPACIDAD"  feito pela Fundacion Adecco com texto
de Ángels Ponce, ilustracões de Miguel Gallardo e desenho gráfico Damien Filliatre.

Espero que para cada vez mais as pessoas responsáveis por elaborar o planejamento curricular e materiais didáticos nas escolas lembrem da nossa condição humana em se adaptar no ambiente de forma cooperativa com todas as diferenças e similaridades.

baixe a parte 1 do Guia
baixe a parte 2 do Guia

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sentido vestibular - a todo momento em nossa vida

"lembra o tempo 
que você sentia 
e sentir
era a forma mais sábia
de saber
e você nem sabia?"
                                    Alice Ruiz S

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Cada ato sentido é como uma palavra em uma história recheada de significados

Pula, balança, cai, dança
rodopia, vira, levanta, 
cria
jeitos de sentir, de movimentar,
de interagir, de brincar.

Os sentidos são a base do nosso conhecimento e interação no mundo físico. O sistema vestibular, o proprioceptivo e o tátil dialogam a todo momento desde a vida intrauterina anunciando os alicerces da integração sensorial inerente à vida. Sabiamente o próprio organismo se nutre de vivências potencialmente maturacionais para seguir o seu desenvolvimento. 
Observando, por ex, quando uma criança aprende a sustentar a cabeça contra a gravidade. A partir desta aquisição ela  passa a experimentar outros apoios em seu corpo, exercita outros modos de olhar e prestar atenção, e quem sabe descobrir novas aquisições sensório-motoras que vão se desdobrando em histórias emocionais e cognitivas. 
A inteligência nasce destas primeiras interações físicas, mentais, emocionais e sociais que irão se nutrir continuamente durante toda a vida.
O sentido vestibular está neste recheio ponderando o que é preciso para os ajustes posturais, a coordenação dos movimentos, a regulação tônica, o estado de atenção e alerta, inclusive contribuindo para um bom funcionamento dos outros sentidos, principalmente o visual. 
Sim, do ponto de vista neurológico há referencial teórico que comprova e descreve os caminhos deste sistema sensorial tão pouco reverenciado, mas tão crucial na vida de qualquer pessoa que vive em um ambiente com a presença da força da gravidade. 
Desde o labirinto, no ouvido interno, onde é a porta de entrada do estímulo vestibular, as informações seguem  por estruturas do sistema nervoso chegando ao cerebelo e córtex cerebral se revelando em respostas corporais de equilíbrio, regulação tônica, harmonia de gestos, e em atitudes de estar presente e poder assegurar-se do próprio corpo no tempo e espaço vivencial, no coletivo.

Sentir ainda é a forma mais sábia de saber, parafraseando Alice Ruiz. 
Sábias também eram as avós que embalavam os netos em cadeiras de balanço, ou elas próprias se embalavam. Sábios também são os índios em suas redes. E todos que souberam aproveitar esta herança.

Cada vez que oferecemos oportunidades para a criança vivenciar planos diferentes no espaço, velocidades diferentes de movimento (tempo), desafios lúdicos que estimulem coordenação, equilíbrio e integração dos demais sentidos estamos dando referências para que seu corpo se mantenha presente e alerta para conhecer e aprender, sobre si e o mundo. 

Evite tirar o recreio da criança na escola!
Em casa ou no lazer sempre procure incentivar vivências corporais  que envolvam: balançar, girar, pular, correr, subir em árvores, dançar, entrar em caixas diferentes, passar por entre túneis que podem ser improvisados, escorregar, brincar na gangorra, trepa-trepa, brincar de corrida de saco, cabo de guerra, andar na beira da calçada, e todos os jogos coletivos de pátio. 

Tudo isto só será válido se estiver de acordo com o interesse e possibilidade da criança. Se ela tiver medo exagerado, procura incessante ou recusa, diferente de outras crianças de sua idade, procure um especialista. É comum ver crianças com dificuldades de aprendizagem com imaturidade no domínio do próprio corpo e distúrbios de atenção podendo ser resultante da alteração de integração sensorial e, mais especificamente, no sentido vestibular. Nestas situações a terapia de integração sensorial pode ajudar. Como também com crianças que por algum motivo apresentam um funcionamento atípico do cérebro, com as quais pode ser benéfica uma intervenção terapêutica, após ser verificado em uma avaliação. 


A aprendizagem é assim: nasce dos bons encontros que podem acontecer no decorrer da vida contando com o potencial herdado de cada pessoa, o tempo que teve para processar as informações e integrá-las, e as oportunidades positivas oferecidas nos ambientes. 
Sempre de uma forma saudável, no bom sentido de viver!




sábado, 12 de outubro de 2013

Caminho sensorial - brincadeiras para ajudar a processar os sentidos e a coordenação motora com imaginação

Vai por onde? 

Caminho feito com plástico bolha, sobras de papelão e EVA

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Já comentei em outro post leia aqui do aproveitamento de materiais que podem ser reutilizados em atividades para criançada. 
Desta vez trago a dica para a construção dos caminhos sensoriais como parte de brincadeiras infantis que beneficiam especialmente algumas crianças com dificuldades no processamento dos sentidos, mas de uma forma lúdica e rica na complexidade que pode ir acontecendo. 
Utilizar materiais diferentes em textura, solidez, formato, visual e de sons que possam se transformar também em matéria de imaginação de um conto de fadas ou simplesmente experimentar as sensações do próprio corpo. O som do estourar das bolhas do plástico pode ser convidativo para pisar com maior precisão e fornecer alimento sensorial tátil e proprioceptivo para os pés. Vale a pena investigar como cada criança recebe o estímulo, pois para algumas pode até ser aversivo .  
Mas...quem sabe esse som não pode se transformar em barulho de chuva ou um pó-de-pirlimpimpim?
Vai da possibilidade da criança e criatividade do adulto.

Vai como?


Investigando territórios
Sempre deixe a criança experimentar do jeito dela, e incentive variações!
Enquanto para umas o desafio seja trilhar um limite para outras pode ser desafiar a gravidade e o equilíbrio.
São formas diferentes para se conhecer e se integrar aos ambientes.


Investigando possibilidades







Estas brincadeiras contribuem para o domínio do corpo  no espaço e no tempo que vão sendo interiorizados em ritmos próprios.



                            Vai com quem?

Outra dica de brincadeira é andando no caminho sensorial com o outro podendo brincar de trem, minhoca ou fazendo de conta de estar passeando na rua, no parque ou shopping.


Inverter os lugares e papéis.
Quem conduz e quem é conduzido, ajustando os ritmos.
Para algumas crianças essa brincadeira pode ser uma ótima oportunidade para incentivar o controle do ritmo no andar, aprender a parar o corpo quando necessário, ter uma frequência regular no caminhar.Tudo na base da brincadeira. Com músicas, fazendo "espetáculos interessantes". 

Para crianças maiores podemos simular o andar na rua com obstáculos e as reações esperadas para própria segurança. São noções para o desenvolvimento da autonomia.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

"Jogo dos 7 acertos" - sessão de terapia ocupacional usando recursos sensoriais

Toda criança precisa de brincadeiras que explorem os sentidos e imaginação!
Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Quem consegue visualizar 7 coisas legais que utilizamos na sessão de hoje na terapia ocupacional?
Pois é, estão bem aí, nas nossas mãos, no nosso dia-a-dia. Objetos descartáveis ou alguns que podem até serem usados de outra maneira do que habitual. Tudo com intuito de tornar sensorialmente rica a brincadeira e a criança sair da sessão feliz e organizada.
Sim, muitos recursos sensoriais servem para a criança conhecer seu corpo e relacionar às qualidades físicas do meio no sentir, fazer e pensar.
Brincadeiras sensoriais, se bem escolhidas, ajudam também a organizar o estado de alerta e de atenção, refinar as habilidades motoras e perceptivas, além de serem prazerosas.
Algumas crianças precisam mais destas brincadeiras do que outras, principalmente as que apresentam alterações no processamento sensorial.

Respostas dos 7 acertos:
1- para algumas crianças é recomendável um recurso com limite estabelecido, conteúdo/continente, fora/dentro, poder ficar/poder sair. Assim cria uma zona de conforto e território para brincadeira - nesse caso, a piscina inflável que no começo estava vazia.
2-os materiais podem ser colocados ao poucos permitindo que a criança processe, no tempo que for possível para ela, a construção do espaço da brincadeira
3- ainda sobre espaço: uso de recipientes de formas diferentes e,
4- de transparências diferentes
5- de cores diferentes
6- de tamanhos diferentes
7- de texturas diferentes

xi.... já foram escolhidas 7 coisas legais e ainda tem tanta coisa para elencar!
Vai a dica: adapte os materiais de acordo com a necessidade sensorial da criança, mas prepare as ofertas para incentivar a mudança de hábitos e novas aprendizagens.
Fica o espaço para imaginação e habilidade de cada um em tornar lúdica e interessante esta brincadeira.

Lembre que:
há o que é comum a todos e o específico para cada necessidade e desejo. Não necessariamente um exclui o outro, mas sim, quase sempre, se complementam! 
Este é o lema da inclusão mas serve para vida de qualquer um.

Você pode também querer ler sobre brincando na terapia de integração sensorial


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Receita de massinha de modelar comestível

Massinha de modelar é, e sempre será, bem vinda na brincadeira de toda criança!
É um convite a explorar os sentidos, o corpo e a imaginação.
Faz bolinhas, cobrinhas, fura, estica, encolhe, separa, junta, cheira...e às vezes pode comer. Por isso que,  por prevenção, é bom ser comestível. Não que se deva deixar a criança comer, pois desde pequena ela deve aprender o que pode e o que não pode comer. Mas caso acidentalmente ocorra, não precisa se desesperar.
Esta massa de modelar é feita só com ingredientes comestíveis.
Ela fica numa consistência cremosa e tem uma boa durabilidade se for guardada no plástico.
Contém glúten e, é bem salgadinha. Infelizmente não sei quem a inventou, mas com certeza é para ser compartilhada.

Faça você mesmo!


INGREDIENTES
-2 colhs(chá) de óleo
-2 colhs(chá) de cremor tártaro
-1 xic de farinha trigo
-1/2 xic de sal
-1 xic de água
-pigmento para alimento (ex.anilina para bolo)

MODO DE FAZER
Misturar numa panela primeiro os ingredientes secos. Colocar a água e o pigmento, cozinhar em fogo médio até dar o ponto de bala. Deixar esfriar. Guardar em saco plástico fechado.


Tenha sempre em casa opções de materiais para a vivência dos sentidos e transformação. Boas brincadeiras!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vídeo: “Mi hermanito de la Luna” - um olhar belo da irmã de uma criança do espectro do autismo


Precisamos desenvolver esta pureza para viver com as diferenças.


Terapia Ocupacional com crianças que têm dificuldades em brincar - reflexões

Este post surgiu a partir de uma sessão que senti ser um bom encontro. E se tornou um desejo de refletir e compartilhar com outras terapeutas ocupacionais que acompanham crianças que apresentam dificuldades em iniciar, manter e/ou finalizar brincadeiras.



Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Olhares atentos e escuta fina...
Algumas vezes é preciso brincar em 4 mãos, mas sem esquecer que são dois corações, dois sujeitos.
Um dos exercícios em ser terapeuta ocupacional é refinar a escuta, de si mesmo e do seu par.
Outro exercício é provocar situações lúdicas sem tolher o nascer do brincar autêntico da criança.
É preciso estar sintonizado para sentir o que se anuncia.
Sentir os gestos, o modo, as inquietações, e por que não, o conforto.
Procurar um lugar e tempo de organização no qual quando for para falar, se fala ou quando for para calar se sente no ambiente aquele silêncio que aos desacostumados pode ser inquietador mas aos afortunados pode ser acalentador.

Comece pelo simples e concreto: brinque com o corpo. 
Preste atenção ao seu tônus quando você estiver brincando com a criança. Saiba que a dupla pode interferir mutuamente na regulação do tônus.

Pesquise elementos que ajudam a uma organização primária como os materiais sensoriais. O sentir promove auto-conhecimento e confiança para aprender sobre a realidade.

Introduza aos poucos os brinquedos significativos para a criança. Daí talvez possa nascer o jogo  e o brincar compartilhado. Respeitando o tempo e o modo de cada um.

Lembre-se: fique disponível para usar o seu conhecimento, mas sobretudo fique aberto ao novo e inesperado. Você pode ser surpreendido.

"No caminho é que se vê..."
Na interação é que se sente um bom encontro.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

4 mitos sobre a Terapia Ocupacional

Você pode se surpreender com o que este campo implica ...leia texto original em inglês


Escrito por Nickelle Corless
Há uma grande confusão sobre Terapia Ocupacional. A descrição da Terapia Ocupacional parece ser muitas coisas diferentes, dependendo de quem você perguntar sobre isso. A Terapia Ocupacional é usado para ajudar a muitas pessoas diferentes com várias situações diferentes, o que torna difícil de apontar a definição correta de Terapia Ocupacional, resultando em alguns mitos. Estes são alguns exemplos: 
Mito n° 1. Terapia Ocupacional (TO) é a terapia para o seu trabalho ou uma terapia para ajudá-lo a encontrar um emprego. 
Desculpe, mas isso não é certo. Se você estava pensando em o trabalho de viver a vida, você tem um daqueles adesivos  do grande rosto sorrindo para usar. Terapia Ocupacional é o tratamento que se concentra em ajudar as pessoas a alcançar a independência para o trabalho de viver a vida. Independência pode significar se vestir sem a ajuda de alguém ou aprender a escrever a letra "B" ou até mesmo jogar. O objetivo da independência depende da pessoa e o que é importante para ajudá-la a ter sucesso em sua vida. Portanto, um terapeuta ocupacional pode ajudar a orientar o cliente através da terapia para alcançar com sucesso o seu objetivo.
 Mito n° 2. Terapia Ocupacional é apenas para a população com deficiência 
Falso. Terapia ocupacional pode ser dirigido para um indivíduo de qualquer idade, que demonstra a necessidade de estabelecer a sua própria independência. Um terapeuta ocupacional é capaz de trabalhar com pessoas de todas as idades! Terapia ocupacional pode ajudar qualquer pessoa desde um recém-nascido com um padrão de desenvolvimento anormal, uma criança a aprender a amarrar os sapatos, ou um homem de 82 anos de idade que acaba de sofrer um acidente vascular cerebral tentando aprender a colocar uma camisa. Terapeutas ocupacionais também oferecem terapia para pessoas com deficiência para ajudá-los a lidar com as mudanças de sua deficiência e, sobretudo, para como superar sua deficiência.

Mito nº 3. Terapia Ocupacional e fisioterapia é a mesma coisa.
Desculpe, errado novamente. Então, qual é a principal diferença entre as duas profissões? A principal diferença é que a Terapia Ocupacional se concentra no seu fazer no mundo. Por exemplo, as necessidades para viver uma vida independente você precisa vestir-se, alimentar-se, cuidar de sua higiene pessoal, trabalho, jogo, e aproveitar a vida! Terapeuta Ocupacional olha para todas essas coisas e ajuda uma pessoa a encontrar o que está impedindo-os de ser o mais independente possível. O terapeuta ocupacional então dá ao cliente as ferramentas para alcançar a sua própria independência. O fisioterapeuta trabalha o movimento, por exemplo, o quanto um cliente pode caminhar, mover o seu braço, e assim por diante. Todo fisioterapeuta tem como foco a mobilidade. Embora nosso foco como profissional é, por vezes diferente, o nosso objectivo é sempre o mesmo, para melhorar a qualidade de vida para as pessoas com quem trabalhamos. 
Mito n° 4. Terapia Ocupacional é chato, mesmo sendo uma terapia antiga. 
Resposta errada! Terapia Ocupacional é divertida! Os terapeutas ocupacionais são capazes de camuflar a terapia com jogos e atividades que incluem o objetivo da terapia. Isso é útil tanto para o cliente como para o terapeuta. Faz o cliente ficar envolvido com a terapia e os terapeutas se divertem no planejamento e execução do programa. 
Esperamos que, com isso se eliminem alguns dos equívocos que podem existir sobre Terapia Ocupacional.
Se você conhece alguém que pode se beneficiar da Terapia Ocupacional, entre em contato com seu médico, que pode direcioná-lo a um especialista.
Nota do blog: tradução livre para o maior acesso de pessoas à informação. Veja o link original no inicio do post.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

10 dicas para ajudar no processamento sensorial em crianças com seletividade e recusa alimentar

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Estas dicas servem para qualquer criança que apresente sinais de Disfunção de Processamento Sensorial.

1-"Alimente o corpo" .
-valorize a experimentação do corpo todo integrado aos sentidos vestibular, proprioceptivo, visual e auditivo de maneira criteriosa. Isto faz parte do programa da terapia de integração sensorial e deve ser orientado para a família seguir a "dieta sensorial" necessária para cada criança.


-ofereça todo dia brincadeiras sensoriais que convidem a criança a explorar seu corpo e o ambiente de várias maneiras para conhecer e ampliar seu repertório sensorial.

2-"Mexa com as mãos". Um caminho para chegar à boca
 Favoreça momentos lúdicos prazerosos de exploração tátil com diversos materiais, comestíveis ou não.
- massinha, argila, tinta. Papéis e tecidos com texturas diferentes que podem estar no ambiente e revestindo objetos que a criança usa no cotidiano



- farinhas, grãos, sementes, gelatina, mingaus coloridos, frutas.  Mexer em alimentos secos e molhados, sólidos e pastosos, podendo fazer "melecas", de acordo com as possibilidades da criança. Mas tenha por perto um pano se ela quiser se limpar a qualquer momento.




- faça brincadeiras de transformação junto com a criança: uma farinha que vira mingau. Uma aveia que vira um biscoito.
- brinque de achar brinquedos dentro de uma caixa com grãos. Use meias para brincar para fazer fantoches.


- brinque de faz de conta simulando alimentar bonecos, fazendo comidinhas sensoriais.

3-"Alimente os olhos".
-Muitas crianças com dificuldade na sensibilidade tátil começam a explorar os alimentos pelos olhos. Podendo ser uma forma de acomodação ao estímulo tátil.


-crie bons hábitos alimentares com a família que a criança possa ver o modelo das outras pessoas.

-mostre a preparação dos alimentos. De qual fruta se faz o suco?



-faça combinações divertidas dos alimentos para deixar a refeição convidativa. Para alguns pode ser interessante os alimentos de cores contrastantes. Pesquise e experimente.


4- "Respeite o tempo"
-sempre comece pelo que a criança gosta e consegue suportar. Se no começo ela só conseguir olhar e não tocar, respeite.
-ou se for preciso deixe comer os alimentos separados e em quantidade menor.
-para alguns é necessário um tempo maior e um certo modo para conseguir processar as informações.
-valorize sempre os mínimos progressos. Eles podem aumentar!

5- "Prepare a boca"
-antes das refeições, se for possível, estimule brincadeiras orais com cantigas e expressões faciais diferentes


-ofereça bolinhas de sabão, apitos ou outros brinquedos de sopro
-se a criança permitir faça toques com pressão na região oral
-use vibradores orais em contexto de brincadeira.

6- " Prepare para as mudanças"
-coloque algum elemento novo naquela brincadeira conhecida, de acordo com o nível e faixa etária da criança. Quanto mais ela aprender a se adaptar às diferenças mais terá recursos internos para amadurecer a auto-regulação.

7- " Prepare o ambiente"
-a partir do perfil sensorial da criança faça as acomodações necessárias ao ambiente para evitar momentos de desorganização.
-apresente cartelas visuais preparando a sequência da rotina. Elas ajudam a muitas crianças a preverem o que vai acontecer e acomodar uma possível ansiedade.
-deixe o ambiente tranquilo. Preste atenção ao que a criança não gosta além da comida. Por exemplo, para crianças que se incomodam com barulho alto não ligue o liquidificador no momento da refeição.

8- " Ritualize"
-deixe sempre definido a hora, duração e local da refeição. Que seja de preferência sentado à mesa, com os pés apoiados. Evite ligar a TV ou aparelho eletrônico.
-coloque regras claras. Principalmente quanto ao item de qualidade alimentar. Procure não oferecer líquido antes da refeição e nem guloseimas substituindo a refeição para não interferir no apetite.

9- "Valorize a independência "
-incentive a participação ativa da criança mesmo que seja possível só em curtos períodos. Tente favorecer a imagem e sensação do movimento de alimentar-se sozinha, fazendo junto com ela e organizando a ação.



10- " Prepare-se".
Não é fácil para algumas famílias. Busque em você uma atitude de auto conhecimento e aceitação do que for possível. Ao mesmo tempo alimente o vigor para continuar os desafios. Reserve um tempo para cuidar de você também.
Lembre-se: cada momento lúdico e de prazer é um passo para a autonomia, para qualquer um, no nível que puder ser!

Crianças com seletividade e recusa alimentar - uma questão de processamento sensorial

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

A questão alimentar tem sido um lamento para algumas mães e sofrimento para seus filhos!
Nem toda restrição alimentar tem como base a Disfunção de Processamento Sensorial (DPS). Porém, muitas crianças que têm esta disfunção passam anos de estresse por não serem compreendidas na sua real causa de restrição alimentar. Infelizmente, muitos profissionais ainda se negam a olhar pelo campo sensorial.
Podemos considerar que há uma série de fatores que influenciam na prática alimentar, dentre eles: as relações parentais, preferências pessoais, condições de saúde, fase de vida, hábitos familiares e contexto sócio-cultural.
Mas desta vez irei abordar sobre o trabalho com crianças que apresentam dificuldades em processar as sensações do seu próprio corpo e do ambiente, e que, devido a isto, apresentam seletividade a alimentos e muitas vezes recusam em alimentar-se.
Em primeiro lugar é preciso olhar todo o comportamento da criança para levantar se existem outros dados de alteração no processamento sensorial. Por isso é importante uma avaliação criteriosa com um profissional especializado. É importante os pais aprenderem a observar os dados relevantes do comportamento do seu filho e valorizar a integração dos sentidos nas ações cotidianas.
Esta disfunção de origem neurológica pode afetar o desenvolvimento de muitas crianças prejudicando o seguimento das etapas do desenvolvimento infantil, aprendizagem acadêmica e relacionamento social.
Qualquer criança, jovem e adulto pode apresentar estas dificuldades. Há uma tendência genética por ser comum a existência em mais de um membro da família.
É frequente também encontrar a DPS associada a bebês prematuros, crianças do espectro autista, com síndromes genéticas e naquelas onde ocorreu algum dano cerebral.
De maneira geral há alguns pontos principais no comportamento da criança que interessam saber para fazer um mapeamento do dia-a-dia:
-se a criança responde de maneira exagerada a sons, movimentos, estímulos visuais, toque corporal, texturas, temperaturas e sabores. Se evita situações do dia, ambientes, pessoas, objetos, alimentos e certas brincadeiras.
- ou pelo contrário há uma resposta diminuída aos estímulos sensoriais havendo uma busca incessante por alguns destes estímulos demonstrando ter um comportamento diferente de outras crianças. Inclusive com pouca resposta a dor.
- se há problemas na organização e sequência do movimento intencional, ou atraso na coordenação motora ampla e fina
- se há dificuldades de atenção e memória
- se há atraso na linguagem.
- se há sintomas de medo, ansiedade e insegurança.

Havendo estes sintomas associados ao quadro de restrição alimentar provavelmente a criança se beneficiará com um programa de terapia ocupacional com abordagem na integração sensorial, além de outros profissionais que forem necessários de acordo com a história e comprometimento de cada um..



Lembretes: 
1- antes de tudo, tente compreender as aversões e preferências de seu filho. Elas irão mostrar o caminho de se construir uma boa relação. Pergunte a terapeuta do seu filho. Leia sobre Integração Sensorial.
Funciona muito bem quando cada um faz o exercício consigo, ou seja, perceba as suas próprias preferências sensoriais, suas reações frente a demanda do meio, os horários e disposições diferentes no decorrer do dia.
2- todo comportamento quer dizer algo sobre a pessoa. Entenda que a recusa alimentar em crianças com sintomas de DPS não é birra. É impossibilidade em processar algum tipo de textura, volume, quantidade e/ou temperatura dos alimentos. Além disso, a percepção de saciedade também é uma habilidade de base sensorial e difere muito para cada criança.
3- nunca force a criança a aceitar algo aversivo a ela. Entenda que a modulação e a discriminação das sensações muitas vezes estão alteradas. O que para um pode ser um prazer para outros pode ser um terror.
4-o quadro de DPS  pode se modificar mediante tratamento e pela adequação de hábitos no cotidiano.

Quer saber como?
Leia 10 dicas para ajudar no processamento sensorial em crianças com seletividade e recusa alimentar



sábado, 10 de agosto de 2013

Terapia de Integração Sensorial x Estimulação sensorial

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Integração Sensorial.
Aprendendo com os sentidos de forma integrada e lúdica


Todos nós precisamos dos sentidos para viver. A forma como realizamos o processamento das sensações de tudo que acontece conosco e no mundo dita muitas vezes as nossas preferências de buscas, respostas e estilos de vida.

Algumas pessoas que por causas orgânicas, afetivas e/ou ambientais que apresentam dificuldades em processar as impressões do seu próprio corpo e ao mesmo tempo dos ambientes podem ter dificuldades no ganho de sua autonomia.

Estas alterações podem ocorrer em qualquer pessoa e a resolução irá depender da história de cada um. Algumas crianças com o próprio crescimento aprendem como lidar e outras, a depender das oportunidades e disfunções, precisam de tratamento para ajudá-las em novas aprendizagens.
Ver também dificuldades de aprendizagemautismo e transtorno do desenvolvimento da coordenação motora.

A terapia de integração sensorial irá auxiliar em uma nova organização do indivíduo para este dar conta de suas relações nas diversas ocupações no cotidiano.
E quando estamos falando no trabalho com crianças será sempre ligado a brincadeiras.

Terapia de integração sensorial x estimulação sensorial

Vamos deixar claro que a integração sensorial é uma habilidade de cada indivíduo que envolve estruturas orgânicas, inclusive do sistema nervoso central, e que a terapia de integração sensorial irá trabalhar com pessoas que apresentam dificuldade nestas áreas, conforme descritas acima. Vai além de uma estimulação sensorial.

Na terapia de integração sensorial, que deve ser realizada por profissional especializado, há previamente uma avaliação e prescrição de um programa que pode ser modificado pela interação e evolução da criança mas que será facilitador para uma nova aprendizagem neuro evolutiva. Os sentidos são convocados durante as atividades de uma forma criteriosa, gradativa e combinados entre si, com respeito ao nível e possibilidade de cada um.

Devido a perguntas que tenho recebido gostaria de salientar que uma coisa é colocar a criança para sentir uma lixa ou um algodão. A outra é planejar uma atividade, que até pode ter um algodão ou uma lixa, mas que seja em um contexto lúdico, terapêutico e integrador para o processamento sensorial mais funcional desta criança.

Citando um exemplo, quando uma criança com hipersensibilidade tátil é colocada para pegar em um lixa que dá aflição à ela, ou se é colocada para balançar pelo modo e frequência que o adulto quiser, e sem contexto, isto não é terapia de integração sensorial. Da mesma forma usar um estímulo sensorial só como reforço de um bom comportamento, também não se caracteriza como uma terapia de integração sensorial.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dica de brinquedo com material reciclável para crianças pequenas do espectro autista

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Qual brinquedo poderia criar com um galão de água vazio?  

Na época estava em busca de brinquedos que estimulassem o uso das mãos integrando a algum tipo de desafio cognitivo. É frequente encontrar crianças que pouco usam as pontas dos dedos por terem criado um comportamento defensivo aos estímulos táteis. 
A hipersensibilidade tátil é um dos sintomas da Disfunção de Processamento Sensorial que pode ocorrer em algumas pessoas,  inclusive em crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), que já comentei em outras postagens. 
Usar as pontas dos dedos nos dá referência para discriminar o que sentimos, e o "como" sentimos estimula a coordenação motora refinada. Por sua vez a coordenação motora bem desenvolvida contribui para as experimentações necessárias ao desenvolvimento cognitivo. 

Simples e versátil
Um recipiente vazio largo com uma boca pequena que dá para ouvir o som fácil de bolinhas caindo!

Como criar pequenos desafios para uma  aprendizagem divertida?

Vamos lá! Coloquei uma bexiga com furo na boca do galão para a passagem das bolinhas.
A brincadeira é: colocar as bolinhas no galão pelo furo da bexiga. Esta cria uma resistência estimulando a usar as pontas dos dedos, principalmente polegar e indicador, e com dissociação. Ao cair faz um barulho gostoso. E como tirar as bolinhas?
Segundo desafio: descobrir e aprender a usar o procedimento de segurar o galão com as duas mãos até as bolinhas saírem pela abertura feita no galão. Dá para sair andando segurando o galão pela alça. Dá também para virar instrumento musical. E usar outros objetos.
O que usei:
-bexiga: para colocar na boca do galão. O adulto também trabalha a precisão para conseguri esta etapa.
-tesoura para recortar o furo da bexiga. O tamanho do furo depende da possibilidade da criança
-estilete para cortar a "saída de emergência" das bolinhas
-bolinhas de borracha, de diferentes cores e texturas
Faça estes procedimentos de recortar e furar longe da criança


O que precisa
Apresente o brinquedo pronto fazendo uma surpresa e estimule a criança descobrir como faz. Se precisar, ajude dando um modelo ou fazendo junto com ela.
Uso das mãos de forma diferenciada. Uso das pontas dos dedos. Causalidade "direta"

Saída de emergência das bolinhas
Uso e dissociação do polegar


Em qualquer brincadeira dê um espaço para a criança explorar ativamente do jeito dela. O modelo muitas vezes é importante mas sempre é bom perceber quando a criança quer usar o que descobriu, do jeito dela. Podendo até criar daquilo que você mostrou.


Sentindo a descoberta
Como faz?
Desafios estimulam novas aprendizagens
"causalidade indireta"

Os desafios devem ser sempre avaliados se estão ao alcance de cada criança e se há interesse lúdico e envolvimento. Nenhuma brincadeira  deve ser um fardo para criança, e nem treino.
O brinquedo quando convida à curiosidade, exploração e novas relações com prazer também pode virar instrumento de aprendizagem!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sugestões de brincadeiras para crianças com dificuldades de aprendizagem usando material de baixo custo Parte III

 Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Atenção, pais e professores, este instrumento é valioso para explorar formas, medidas e direções espaciais! 
Vale a pena ter em sala de aula.

Desta vez utilizamos aquele famoso "metro de pedreiro" de madeira

Continuando o post do que podemos fazer com materiais de baixo custo...ver também Parte I e Parte II.

No post anterior comentei de fazer o desenho na lousa e reproduzir com as tiras de EVA no chão onde podemos também estimular a prontidão do corpo em diferentes planos e estimulando ao mesmo tempo a percepção visual. Outra dica é que podemos usar o metro, além de instrumento de medição, serve para criança investigar as relações espaciais de direção.

Reproduzir e criar composições no espaço com diferentes materiais.

Desenho criado na lousa pela criança e reproduzido no EVA e metro




O uso do metro pode começar desde a investigação no corpo. Como podemos usar as articulações para construir o movimento. E que composição resulta deste manejo.




A investigação pode seguir para a construção de formas, e até mesmo em letras e números do alfabeto.










Para muitas crianças a alfabetização é um período de grandes desafios e para aquelas que apresentam dificuldades no processamento sensorial torna-se maior ainda. É necessário saber como a percepção visual está se desenvolvendo para fazer adaptações e estímulos pontuais com algumas crianças.
O mais importante é termos em mãos diferentes materiais para acolher a diversidade das modalidades de aprendizagem dos alunos. Todos ganham com isso!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dica de brincadeira de integração sensorial para criança com autismo

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Sabemos que muitas crianças com TEA, Transtorno do Espectro Autista, apresentam alterações no processamento das informações sensoriais e por isso necessitam de terapia de integração sensorial

Dá para aliar o necessário ao divertido? 
Ôô, se dá!  E fazendo farra é melhor ainda!

Uma das brincadeiras que favorece a regulação sensorial que a criança precisa é o "trenzinho humano" usando uma malha circular de lycra. A propriedade elástica e resistente da lycra estimula a sensação tátil e proprioceptiva dando informação do próprio corpo da criança e dos corpos das outras pessoas que estão no trem. 

Vamos pegar o Udi, do Toy Story

Na brincadeira podemos também exercitar:

- o "freio inibitório" que para algumas crianças é muito difícil. 
- a noção de diferentes graduações de velocidade, força e ritmo
- o estar com o outro, e regular uma ação em cooperação
- troca de papéis, já que ora ela conduz, ora é conduzida
- troca de sinais de comunicação: gestos e sons
- noção de peso, volume e deslocamento do corpo no espaço
- planejamento motor, criando caminhos com obstáculos, ter um fim a ser conquistado.
- agregar novos elementos a cada oportunidade de brincar: colocar mais pessoas, colocar um personagem que gosta


Levando a mamãe e o Udi para passear de trem

As variações dependem do nível de desenvolvimento, interesse e envolvimento da criança,  que por sua vez depende também do envolvimento e mediação possível do adulto.

              Assim vira aprendizagem ativa!


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Integrando os sentidos no cotidiano - atividade de culinária

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

A prática do "fast food" às vezes nos distancia da vivência sensorial que o nosso corpo precisa diariamente!

Estava fazendo uma abobrinha recheada com ricota e ervas e lembrei do quanto sou terapeuta ocupacional. Até na hora de cozinhar! E por que não? Se é no cotidiano que acontece os principais processamentos sensoriais?!

Sentindo o preparo
Além da época de meninice o corpo do adulto continua precisando ser alimentado de sensações para prosseguir vivendo em uma mutável harmonia. Está mais perto do que pensamos!

Usando as mãos de modos diferentes
A hora de preparar a refeição é um desses momentos. Nem sempre temos tempo e disposição, mas se pararmos para pensar, e sentir, na quantidade de benefícios em pelo menos um dia por semana, ou por mês, prepararmos o nosso alimento, veremos que estamos nos nutrindo além do estômago! A quantidade de sensações táteis, proprioceptivas, gustativas, olfativas, visuais integradas à modulação, discriminação e coordenação dos movimentos, às lembranças afetivas, memória, atenção e todos os aspectos da atividade cognitiva já justificam a importância desta ocupação.
Sem falar na oportunidade de interação com o outro, da sustentação da auto-estima, de estimular o senso estético, criatividade, conceitos de matemática, e vários elementos para aprendizagem, contribuindo para autonomia. 
Diversificando a matéria
No campo da reabilitação vemos o quanto é desgastante a família levar seus filhos ou seus pais às terapias. Costumo dizer que em um determinado momento do processo de reabilitação deveríamos priorizar o que acontece em casa. 
E nós terapeutas ocupacionais, guerreiras que levantamos a bandeira das AVDs, atividades da vida diária, ficamos preocupadas quando o que trabalhamos em terapia não vai além do consultório?

Era um, eram dois...era inteiro, eram partes

Então vamos lá, terapeutas, clientes e familiares. Lembrem de alguma receita conhecida ou algo que queiram aprender... e mãos a obra!
Vamos permitir, com segurança, que sejam alimentados nossos sistemas funcionais para aprendizagem contínua sobre nós mesmos e o mundo.


Dicas, que não são receitas:
-pais: estimulem a criançada desde cedo em experimentar a diversidade de texturas, sabores, cheiros dos alimentos. Saber de onde vem o suco, cheirar as frutas, descascar uma mexerica, se lambuzar com um mamão, partir uma banana com as mãos. Verificar a transformação dos alimentos também é uma forma de aprendizagem. Há sempre um jeito de adaptar a atividade a depender do nível e fase da vida. Procure conselhos de uma terapeuta ocupacional.
-filhos: estimulem a seus pais a passarem as memórias de culinária e participarem de algum modo do preparo. É também uma forma de estimulação cognitiva afetuosa.
-terapeutas: que sempre lembremos de fazer aquilo que pedimos que o outro faça. Vivenciar em nosso corpo pode ser uma boa forma de aprender como estimular.

A mandala que será incorporada!!!


terça-feira, 7 de maio de 2013

Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo



A última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ,o chamado DSM-V, inclui algumas mudanças significativas para os critérios diagnósticos para o autismo, agrupando várias doenças* anteriormente separadas em um guarda-chuva. Se você ou seu filho estão no espectro do autismo ou você está no processo de ser diagnosticada, é importante entender essas mudanças no DSM-V, as razões para a nova definição, e como as mudanças podem afetá-lo.

A última revisão do DSM vai ser lançada agora em maio de 2013.
Clique aqui para ler os novos critérios para o diagnóstico para Transtorno do Espectro do Autismo.
*Coloco minha ressalva ao post que fiz o link acima que TEA não é doença. Deixei na íntegra devido a respeitar a transcrição do texto original.

sábado, 4 de maio de 2013

Brincando de "Integração Sensorial" na Terapia Ocupacional

Sim, brincar, sempre brincar!


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Estamos na era das especializações, a criançada com agenda cheia de compromissos, aulas extra curriculares e terapias. Tudo bem, é a realidade dos tempos atuais.
Mas por que não aliar o necessário com o lúdico e prazeroso?!
Para quem precisa de uma ajudinha extra em como lidar com as diferenças orgânicas e dar conta deste mundo que está cada vez mais rápido e "comprometido", precisamos criar situações divertidas em terapia. Estou falando sobre crianças que precisam de terapia por diversos motivos.
Como terapeuta ocupacional sempre fico com um pé no que a criança e a família precisam para bem viver e o outro pé no que a criança me responde em terapia. A resposta pode ser por um sorriso, uma reclamação, alguma dúvida ou por uma conquista, dentre tantas.
O que importa é que venha de dentro, de corpo e alma e que aquilo vivido na sessão faça diferença em sua vida e na da família, construindo novas histórias.Somos e fazemos parte de muitas histórias que vão se encontrando e se refazendo em outras.


A terapia de Integração Sensorial preza por situações lúdicas na qual a criança está em um ambiente onde possa viver o seu corpo por meio de sensações, movimentos e expressões tendo o suporte da terapeuta.
A terapeuta é como um guia, ora ajudando a escolher, ora auxiliando a regular a intensidade das ações, ora ajudando a resignificar brincadeiras, mas sobretudo descobrindo junto à criança formas de ela poder se regular na sua adaptação ao mundo, indo em direção a autonomia. Que para cada um é diferente, a depender do estágio de vida, condição orgânica e ambiental.
Especialmente nesta abordagem contamos com brinquedos que convidem a criança a explorar a gravidade, o equilíbrio, vários planos no espaço e a integração gradual dos  7 sistemas sensoriais para um melhor conhecimento de si e desenvolvimento das funções do organismo.


Alguns pais me perguntam qual a diferença de outras abordagens:
Uma é que nós não treinamos ninguém.
Segunda, e não necessariamente nesta ordem, o envolvimento e interesse da criança é o mote principal da terapia.
E outra, os pais precisam também estar envolvidos. Sabendo o que é feito nas sessões, podendo assistir e participar das brincadeiras. A autonomia não é só uma conquista da criança, mas de toda família.
Fazer Terapia Ocupacional é isto. Vemos a ocupação não como algo no sentido pejorativo de ocupar para "esquecer, distrair", como uma função que não precisa da presença do sujeito. Muito pelo contrário, ocupação é a forma que apreendemos o mundo e nós mesmos, é como e onde expressamos nossa maneira de ser: estudando, brincando, trabalhando, nos relacionando, e por que não, também escolhendo o ócio.

Vai um recado para todos nós, que está na letra de Arnaldo Antunes  "Criança não trabalha, criança dá trabalho"

terça-feira, 30 de abril de 2013

Estimulação para crianças com Síndrome de Down


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

O bebê com Síndrome de Down apresenta defasagem de desenvolvimento em diferentes níveis, a depender de cada criança. A alteração na regulação de tônus e na organização das informações sensoriais são alguns aspectos chaves que necessitam de uma atenção maior nesta fase de vida.


Um dos objetivos da terapia ocupacional junto à família e o bebê com Down é elaborar atividades em um ambiente lúdico e de interação para garantir o desenvolvimento sensório motor necessário para a  estruturação da personalidade.


O profissional de terapia ocupacional pode auxiliar nas escolhas e ênfases de vivências corporais, brincadeiras, posições facilitadoras a jogos interacionais, brinquedos, materiais sensoriais e dicas para adequar as atividades da vida diária.

Antes de tudo a criança com Down é uma criança que precisa brincar e aprender entrando em relação com o mundo, como qualquer outra criança. A nossa função vai ser de dar o apoio para que isto aconteça. Lembremos sempre de não colocar o tratamento antes da pessoa. Estes caminham juntos numa seleção natural de evidência.



Movimento Down publicou um Guia de Estimulação para Crianças com Síndrome de Down  e oferece download gratuito para os primeiros meses de vida tão importantes para prosseguir o desenvolvimento e fornecer a atenção às crianças com Down. Vale a pena conferir!