quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Dicas para brincar com bebês


 Todo bebê precisa de... brincar! 

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Ser tocado, alimentado e cuidado faz parte das necessidades básicas.
As experiências sensório-motoras também são alimentos para o corpo, e ao mesmo tempo são produzidas mediante às solicitações do ambiente.
Vivemos hoje uma crescente falta de tempo dos pais e ao mesmo tempo grandes ofertas de brinquedos industrializados. Nada contra a tecnologia, ela nos serve muito bem! Mas que ela venha junto com a continuidade de brincadeiras simples e conhecidas para as vivências sensório-motoras para cada fase de vida.
O bebê no primeiro ano de vida está começando a se conhecer e conhecer o mundo físico. Ele precisa ter a oportunidade e o tempo favorável para sentir, movimentar e estabelecer as primeiras relações. Antes do brinquedo há o corpo do bebê, o corpo da mãe, do pai, dos irmãos, dos cuidadores e educadores. Este encontro se dá por meio das sensações e movimento.
Quando o bebê se  movimenta, balança e é balançado, toca e é tocado, emite sons e ouve, cheira e é cheirado, prova o sabor da própria mão, sente a textura do seio da mãe, do brinquedo, dos alimentos, ele está construindo uma identidade em pequenos e contínuos eventos cotidianos que irão nutrir todo o organismo, em termos físicos e emocionais.

Qualquer momento pode ser uma brincadeira.


Favoreça oportunidades ricas e diversificadas para o bebê construir os "mapas" sensoriais e integrar ao desenvolvimento:
-deixe acontecer situações do bebê se sujar, por ex, com a comida. Reserve um horário para ele se demorar mais na alimentação. Colocar a mão dentro de um mamão é uma rica brincadeira.
-valorize os momentos de troca de fralda e roupa, e do banho como vivência sensorial do corpo e dos materiais, bem como a construção da relação com quem cuida. Toque e deixe ser tocado.
-sempre que possível, com segurança, e que não gere desconforto para o bebê, dançe, balançe, promova mudança de postura e planos para ganho funcional das reações labirínticas. Isto irá ajudá-lo no desenvolvimento global.
-dê brinquedos com diferentes texturas, tamanhos, cores e temperaturas. por ex, além de brinquedos de plásticos ofereça brinquedos de madeira e tecido.


-se tiver oportunidade faça você mesma ou compre brinquedos feitos manualmente. Eles sempre tem atrativos múltiplos e sensoriais. Mas sempre avalie a segurança.

Chocalho grande para segurar com as duas mãos, percepção de peso, volume, som, textura e visual

Chocalho com alça feito com sementes, pote de iogurte, forrado com tecido de texturas diferentes.
A alça serve também para crianças com dificuldades de agarrar objetos



Para entender mais sobre a importância dos bons alimentos sensoriais leia sobre Integração Sensorial. Há varias postagens neste blog.

Mais uma sugestão que recebi
Clique aqui para ver outro tipo de brinquedo de tecido

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sugestões de brincadeiras para crianças com dificuldades de aprendizagem usando material de baixo custo


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Bem, vocês sabem que com terapeuta ocupacional(TO), nada se perde...tudo se aproveita...e sempre se cria!
Eu tinha umas rebarbas de EVA de um tapete que não usei para esse fim e fui experimentando o que vinha a partir das vivências com as crianças. No inicio era só um caminho mas TO e criança juntos, já viu?! Aí vem brincadeira.
As imagens já dizem: foi labirinto para passar pelo fosso de crocodilos, formar e caminhar sobre palavras, construir cabanas e passar sem derrubar, fazer castelos, fogueiras e até cidades com shopping e alienígenas no carnaval , com direito a história escrita e tudo.
De uma atividade concreta podemos planejar, inventar, reunir, representar, comunicar e o mais legal, brincar com a imaginação e praxias... e o corpo presente fazendo e acontecendo!!!


Caminhando no que construi
Pequenas palavras...grandes significados

Conhecendo territórios

Afinando a força e precisão

Tempo, cuidado e equilíbrio

Caminho para jogo sobre skate

História criada: "Alienígenas no carnaval da torre Eiffel"
Registro da história
Com pouco material, criatividade e sintonia com a criança podemos ir longe!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Como o processamento sensorial acontece em nossa vida?


Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Vivemos em um planeta que está sob a ação da gravidade e precisamos dar conta de tudo que acontece ao redor e dentro de nós, a todo instante. Em um determinado tempo na escala evolutiva ficamos em pé e construímos uma organização corporal para vingar nesta condição. Com todos os sentidos.

Prosseguimos especializando cada vez mais o nosso corpo e cérebro num jogo interativo e funcional entre seres, coisas e ambientes criando modos de sentir, perceber, interagir, conhecer que continuam a se modificar até hoje e que seguirá num modo contínuo em uma forma de auto alimentação recíproca e complexa para sempre ir se adaptando às mudanças que surgirão na própria evolução do planeta.

Há um processo fundamental da vida e para a vida, processo este que engendra "como" podemos receber e atender a demanda interna e externa ao corpo, a partir dos sentidos, processar estas informações, perceber, memorizar, escolher, elaborar conceitos, produzir respostas, formar comportamentos, aprender e compartilhar o conhecimento.

Os sentidos dão o tom à nossa vida. Para que o desenvolvimento e aprendizagem fluam é necessário que os sistemas sensoriais estejam em um bom funcionamento recíproco e colaborativamente orgânico. Desde a vida uterina estão sendo formadas estruturas orgânicas e caminhos a partir da interação... o biológico se cultivando nos ambientes. Cada um dos sistemas, no que lhe é peculiar, vai caracterizando o nosso modo de viver de um jeito complexo e interdependente entre sensação, emoção, cognição e interatividade. E os corpos vivendo e sustentando toda esta riqueza.

No entanto, existem algumas condições que podem alterar esta cultura biológica social de viver. Por diversos fatores, orgânicos e ambientais, algumas pessoas encontram dificuldades em processar  a demanda da vida em conexão, em tempo integral, e isto pode acarretar problemas posturais, de desenvolvimento,  aprendizagem, comunicação, interação social, emocional e nas habilidades dos diversos papéis ocupacionais cotidianos.

O ser humano sempre tenta buscar um modo em adaptar-se ao meio em que vive. Quando não o encontra pode haver frustração, fuga, raiva, medo, desânimo, desatenção, insegurança, dificuldades de memória, raciocínio, desagregação da personalidade e desorganização da própria vida.

Uma das alternativas é procurar práticas para co-regulação sensorial e emocional tornando favorável uma organização ativa e subjetiva no cotidiano. São muitas opções de acesso a um estado mais organizador e funcional. A abordagem de integração sensorial é uma delas.

Mas o principal é que cada pessoa, familiar e cuidador vá em busca do que seja significativo à história da pessoa que esteja precisando, inserido nos contextos familiar, educacional, de trabalho ou  no lazer...o bem viver em comunidade.