terça-feira, 29 de outubro de 2013

Somos todos diferentes...mais ou menos iguais...
                                                    Por Ana Elizabeth Prado
                                                                                Crefito 3/1670 TO

Talvez a maior dificuldade em compreender o que vem a ser inclusão seja pelo fato de esquecermos o óbvio, a natureza de que somos feitos com todas as possibilidades de se viver no coletivo!



Não podia deixar de compartilhar os links de um excelente material da Espanha - "DifErentes Guia Ilustrada sobre la DIVERsidad y la disCAPACIDAD"  feito pela Fundacion Adecco com texto
de Ángels Ponce, ilustracões de Miguel Gallardo e desenho gráfico Damien Filliatre.

Espero que para cada vez mais as pessoas responsáveis por elaborar o planejamento curricular e materiais didáticos nas escolas lembrem da nossa condição humana em se adaptar no ambiente de forma cooperativa com todas as diferenças e similaridades.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sentido vestibular - a todo momento em nossa vida

"lembra o tempo 
que você sentia 
e sentir
era a forma mais sábia
de saber
e você nem sabia?"
                                    Alice Ruiz S

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Cada ato sentido é como uma palavra em uma história recheada de significados

Pula, balança, cai, dança
rodopia, vira, levanta, 
cria
jeitos de sentir, de movimentar,
de interagir, de brincar.

Os sentidos são a base do nosso conhecimento e interação no mundo físico. O sistema vestibular, o proprioceptivo e o tátil dialogam a todo momento desde a vida intrauterina anunciando os alicerces da integração sensorial inerente à vida. Sabiamente o próprio organismo se nutre de vivências potencialmente maturacionais para seguir o seu desenvolvimento. 
Observando, por ex, quando uma criança aprende a sustentar a cabeça contra a gravidade. A partir desta aquisição ela  passa a experimentar outros apoios em seu corpo, exercita outros modos de olhar e prestar atenção, e quem sabe descobrir novas aquisições sensório-motoras que vão se desdobrando em histórias emocionais e cognitivas. 
A inteligência nasce destas primeiras interações físicas, mentais, emocionais e sociais que irão se nutrir continuamente durante toda a vida.
O sentido vestibular está neste recheio ponderando o que é preciso para os ajustes posturais, a coordenação dos movimentos, a regulação tônica, o estado de atenção e alerta, inclusive contribuindo para um bom funcionamento dos outros sentidos, principalmente o visual. 
Sim, do ponto de vista neurológico há referencial teórico que comprova e descreve os caminhos deste sistema sensorial tão pouco reverenciado, mas tão crucial na vida de qualquer pessoa que vive em um ambiente com a presença da força da gravidade. 
Desde o labirinto, no ouvido interno, onde é a porta de entrada do estímulo vestibular, as informações seguem  por estruturas do sistema nervoso chegando ao cerebelo e córtex cerebral se revelando em respostas corporais de equilíbrio, regulação tônica, harmonia de gestos, e em atitudes de estar presente e poder assegurar-se do próprio corpo no tempo e espaço vivencial, no coletivo.

Sentir ainda é a forma mais sábia de saber, parafraseando Alice Ruiz. 
Sábias também eram as avós que embalavam os netos em cadeiras de balanço, ou elas próprias se embalavam. Sábios também são os índios em suas redes. E todos que souberam aproveitar esta herança.

Cada vez que oferecemos oportunidades para a criança vivenciar planos diferentes no espaço, velocidades diferentes de movimento (tempo), desafios lúdicos que estimulem coordenação, equilíbrio e integração dos demais sentidos estamos dando referências para que seu corpo se mantenha presente e alerta para conhecer e aprender, sobre si e o mundo. 

Evite tirar o recreio da criança na escola!
Em casa ou no lazer sempre procure incentivar vivências corporais  que envolvam: balançar, girar, pular, correr, subir em árvores, dançar, entrar em caixas diferentes, passar por entre túneis que podem ser improvisados, escorregar, brincar na gangorra, trepa-trepa, brincar de corrida de saco, cabo de guerra, andar na beira da calçada, e todos os jogos coletivos de pátio. 

Tudo isto só será válido se estiver de acordo com o interesse e possibilidade da criança. Se ela tiver medo exagerado, procura incessante ou recusa, diferente de outras crianças de sua idade, procure um especialista. É comum ver crianças com dificuldades de aprendizagem com imaturidade no domínio do próprio corpo e distúrbios de atenção podendo ser resultante da alteração de integração sensorial e, mais especificamente, no sentido vestibular. Nestas situações a terapia de integração sensorial pode ajudar. Como também com crianças que por algum motivo apresentam um funcionamento atípico do cérebro, com as quais pode ser benéfica uma intervenção terapêutica, após ser verificado em uma avaliação. 


A aprendizagem é assim: nasce dos bons encontros que podem acontecer no decorrer da vida contando com o potencial herdado de cada pessoa, o tempo que teve para processar as informações e integrá-las, e as oportunidades positivas oferecidas nos ambientes. 
Sempre de uma forma saudável, no bom sentido de viver!




sábado, 12 de outubro de 2013

Caminho sensorial - brincadeiras para ajudar a processar os sentidos e a coordenação motora com imaginação

Vai por onde? 

Caminho feito com plástico bolha, sobras de papelão e EVA

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Já comentei em outro post leia aqui do aproveitamento de materiais que podem ser reutilizados em atividades para criançada. 
Desta vez trago a dica para a construção dos caminhos sensoriais como parte de brincadeiras infantis que beneficiam especialmente algumas crianças com dificuldades no processamento dos sentidos, mas de uma forma lúdica e rica na complexidade que pode ir acontecendo. 
Utilizar materiais diferentes em textura, solidez, formato, visual e de sons que possam se transformar também em matéria de imaginação de um conto de fadas ou simplesmente experimentar as sensações do próprio corpo. O som do estourar das bolhas do plástico pode ser convidativo para pisar com maior precisão e fornecer alimento sensorial tátil e proprioceptivo para os pés. Vale a pena investigar como cada criança recebe o estímulo, pois para algumas pode até ser aversivo .  
Mas...quem sabe esse som não pode se transformar em barulho de chuva ou um pó-de-pirlimpimpim?
Vai da possibilidade da criança e criatividade do adulto.

Vai como?


Investigando territórios
Sempre deixe a criança experimentar do jeito dela, e incentive variações!
Enquanto para umas o desafio seja trilhar um limite para outras pode ser desafiar a gravidade e o equilíbrio.
São formas diferentes para se conhecer e se integrar aos ambientes.


Investigando possibilidades







Estas brincadeiras contribuem para o domínio do corpo  no espaço e no tempo que vão sendo interiorizados em ritmos próprios.



                            Vai com quem?

Outra dica de brincadeira é andando no caminho sensorial com o outro podendo brincar de trem, minhoca ou fazendo de conta de estar passeando na rua, no parque ou shopping.


Inverter os lugares e papéis.
Quem conduz e quem é conduzido, ajustando os ritmos.
Para algumas crianças essa brincadeira pode ser uma ótima oportunidade para incentivar o controle do ritmo no andar, aprender a parar o corpo quando necessário, ter uma frequência regular no caminhar.Tudo na base da brincadeira. Com músicas, fazendo "espetáculos interessantes". 

Para crianças maiores podemos simular o andar na rua com obstáculos e as reações esperadas para própria segurança. São noções para o desenvolvimento da autonomia.