terça-feira, 20 de agosto de 2013

4 mitos sobre a Terapia Ocupacional

Você pode se surpreender com o que este campo implica ...leia texto original em inglês


Escrito por Nickelle Corless
Há uma grande confusão sobre Terapia Ocupacional. A descrição da Terapia Ocupacional parece ser muitas coisas diferentes, dependendo de quem você perguntar sobre isso. A Terapia Ocupacional é usado para ajudar a muitas pessoas diferentes com várias situações diferentes, o que torna difícil de apontar a definição correta de Terapia Ocupacional, resultando em alguns mitos. Estes são alguns exemplos: 
Mito n° 1. Terapia Ocupacional (TO) é a terapia para o seu trabalho ou uma terapia para ajudá-lo a encontrar um emprego. 
Desculpe, mas isso não é certo. Se você estava pensando em o trabalho de viver a vida, você tem um daqueles adesivos  do grande rosto sorrindo para usar. Terapia Ocupacional é o tratamento que se concentra em ajudar as pessoas a alcançar a independência para o trabalho de viver a vida. Independência pode significar se vestir sem a ajuda de alguém ou aprender a escrever a letra "B" ou até mesmo jogar. O objetivo da independência depende da pessoa e o que é importante para ajudá-la a ter sucesso em sua vida. Portanto, um terapeuta ocupacional pode ajudar a orientar o cliente através da terapia para alcançar com sucesso o seu objetivo.
 Mito n° 2. Terapia Ocupacional é apenas para a população com deficiência 
Falso. Terapia ocupacional pode ser dirigido para um indivíduo de qualquer idade, que demonstra a necessidade de estabelecer a sua própria independência. Um terapeuta ocupacional é capaz de trabalhar com pessoas de todas as idades! Terapia ocupacional pode ajudar qualquer pessoa desde um recém-nascido com um padrão de desenvolvimento anormal, uma criança a aprender a amarrar os sapatos, ou um homem de 82 anos de idade que acaba de sofrer um acidente vascular cerebral tentando aprender a colocar uma camisa. Terapeutas ocupacionais também oferecem terapia para pessoas com deficiência para ajudá-los a lidar com as mudanças de sua deficiência e, sobretudo, para como superar sua deficiência.

Mito nº 3. Terapia Ocupacional e fisioterapia é a mesma coisa.
Desculpe, errado novamente. Então, qual é a principal diferença entre as duas profissões? A principal diferença é que a Terapia Ocupacional se concentra no seu fazer no mundo. Por exemplo, as necessidades para viver uma vida independente você precisa vestir-se, alimentar-se, cuidar de sua higiene pessoal, trabalho, jogo, e aproveitar a vida! Terapeuta Ocupacional olha para todas essas coisas e ajuda uma pessoa a encontrar o que está impedindo-os de ser o mais independente possível. O terapeuta ocupacional então dá ao cliente as ferramentas para alcançar a sua própria independência. O fisioterapeuta trabalha o movimento, por exemplo, o quanto um cliente pode caminhar, mover o seu braço, e assim por diante. Todo fisioterapeuta tem como foco a mobilidade. Embora nosso foco como profissional é, por vezes diferente, o nosso objectivo é sempre o mesmo, para melhorar a qualidade de vida para as pessoas com quem trabalhamos. 
Mito n° 4. Terapia Ocupacional é chato, mesmo sendo uma terapia antiga. 
Resposta errada! Terapia Ocupacional é divertida! Os terapeutas ocupacionais são capazes de camuflar a terapia com jogos e atividades que incluem o objetivo da terapia. Isso é útil tanto para o cliente como para o terapeuta. Faz o cliente ficar envolvido com a terapia e os terapeutas se divertem no planejamento e execução do programa. 
Esperamos que, com isso se eliminem alguns dos equívocos que podem existir sobre Terapia Ocupacional.
Se você conhece alguém que pode se beneficiar da Terapia Ocupacional, entre em contato com seu médico, que pode direcioná-lo a um especialista.
Nota do blog: tradução livre para o maior acesso de pessoas à informação. Veja o link original no inicio do post.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

10 dicas para ajudar no processamento sensorial em crianças com seletividade e recusa alimentar

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Estas dicas servem para qualquer criança que apresente sinais de Disfunção de Processamento Sensorial.

1-"Alimente o corpo" .
-valorize a experimentação do corpo todo integrado aos sentidos vestibular, proprioceptivo, visual e auditivo de maneira criteriosa. Isto faz parte do programa da terapia de integração sensorial e deve ser orientado para a família seguir a "dieta sensorial" necessária para cada criança.


-ofereça todo dia brincadeiras sensoriais que convidem a criança a explorar seu corpo e o ambiente de várias maneiras para conhecer e ampliar seu repertório sensorial.

2-"Mexa com as mãos". Um caminho para chegar à boca
 Favoreça momentos lúdicos prazerosos de exploração tátil com diversos materiais, comestíveis ou não.
- massinha, argila, tinta. Papéis e tecidos com texturas diferentes que podem estar no ambiente e revestindo objetos que a criança usa no cotidiano



- farinhas, grãos, sementes, gelatina, mingaus coloridos, frutas.  Mexer em alimentos secos e molhados, sólidos e pastosos, podendo fazer "melecas", de acordo com as possibilidades da criança. Mas tenha por perto um pano se ela quiser se limpar a qualquer momento.




- faça brincadeiras de transformação junto com a criança: uma farinha que vira mingau. Uma aveia que vira um biscoito.
- brinque de achar brinquedos dentro de uma caixa com grãos. Use meias para brincar para fazer fantoches.


- brinque de faz de conta simulando alimentar bonecos, fazendo comidinhas sensoriais.

3-"Alimente os olhos".
-Muitas crianças com dificuldade na sensibilidade tátil começam a explorar os alimentos pelos olhos. Podendo ser uma forma de acomodação ao estímulo tátil.


-crie bons hábitos alimentares com a família que a criança possa ver o modelo das outras pessoas.

-mostre a preparação dos alimentos. De qual fruta se faz o suco?



-faça combinações divertidas dos alimentos para deixar a refeição convidativa. Para alguns pode ser interessante os alimentos de cores contrastantes. Pesquise e experimente.


4- "Respeite o tempo"
-sempre comece pelo que a criança gosta e consegue suportar. Se no começo ela só conseguir olhar e não tocar, respeite.
-ou se for preciso deixe comer os alimentos separados e em quantidade menor.
-para alguns é necessário um tempo maior e um certo modo para conseguir processar as informações.
-valorize sempre os mínimos progressos. Eles podem aumentar!

5- "Prepare a boca"
-antes das refeições, se for possível, estimule brincadeiras orais com cantigas e expressões faciais diferentes


-ofereça bolinhas de sabão, apitos ou outros brinquedos de sopro
-se a criança permitir faça toques com pressão na região oral
-use vibradores orais em contexto de brincadeira.

6- " Prepare para as mudanças"
-coloque algum elemento novo naquela brincadeira conhecida, de acordo com o nível e faixa etária da criança. Quanto mais ela aprender a se adaptar às diferenças mais terá recursos internos para amadurecer a auto-regulação.

7- " Prepare o ambiente"
-a partir do perfil sensorial da criança faça as acomodações necessárias ao ambiente para evitar momentos de desorganização.
-apresente cartelas visuais preparando a sequência da rotina. Elas ajudam a muitas crianças a preverem o que vai acontecer e acomodar uma possível ansiedade.
-deixe o ambiente tranquilo. Preste atenção ao que a criança não gosta além da comida. Por exemplo, para crianças que se incomodam com barulho alto não ligue o liquidificador no momento da refeição.

8- " Ritualize"
-deixe sempre definido a hora, duração e local da refeição. Que seja de preferência sentado à mesa, com os pés apoiados. Evite ligar a TV ou aparelho eletrônico.
-coloque regras claras. Principalmente quanto ao item de qualidade alimentar. Procure não oferecer líquido antes da refeição e nem guloseimas substituindo a refeição para não interferir no apetite.

9- "Valorize a independência "
-incentive a participação ativa da criança mesmo que seja possível só em curtos períodos. Tente favorecer a imagem e sensação do movimento de alimentar-se sozinha, fazendo junto com ela e organizando a ação.



10- " Prepare-se".
Não é fácil para algumas famílias. Busque em você uma atitude de auto conhecimento e aceitação do que for possível. Ao mesmo tempo alimente o vigor para continuar os desafios. Reserve um tempo para cuidar de você também.
Lembre-se: cada momento lúdico e de prazer é um passo para a autonomia, para qualquer um, no nível que puder ser!

Crianças com seletividade e recusa alimentar - uma questão de processamento sensorial

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

A questão alimentar tem sido um lamento para algumas mães e sofrimento para seus filhos!
Nem toda restrição alimentar tem como base a Disfunção de Processamento Sensorial (DPS). Porém, muitas crianças que têm esta disfunção passam anos de estresse por não serem compreendidas na sua real causa de restrição alimentar. Infelizmente, muitos profissionais ainda se negam a olhar pelo campo sensorial.
Podemos considerar que há uma série de fatores que influenciam na prática alimentar, dentre eles: as relações parentais, preferências pessoais, condições de saúde, fase de vida, hábitos familiares e contexto sócio-cultural.
Mas desta vez irei abordar sobre o trabalho com crianças que apresentam dificuldades em processar as sensações do seu próprio corpo e do ambiente, e que, devido a isto, apresentam seletividade a alimentos e muitas vezes recusam em alimentar-se.
Em primeiro lugar é preciso olhar todo o comportamento da criança para levantar se existem outros dados de alteração no processamento sensorial. Por isso é importante uma avaliação criteriosa com um profissional especializado. É importante os pais aprenderem a observar os dados relevantes do comportamento do seu filho e valorizar a integração dos sentidos nas ações cotidianas.
Esta disfunção de origem neurológica pode afetar o desenvolvimento de muitas crianças prejudicando o seguimento das etapas do desenvolvimento infantil, aprendizagem acadêmica e relacionamento social.
Qualquer criança, jovem e adulto pode apresentar estas dificuldades. Há uma tendência genética por ser comum a existência em mais de um membro da família.
É frequente também encontrar a DPS associada a bebês prematuros, crianças do espectro autista, com síndromes genéticas e naquelas onde ocorreu algum dano cerebral.
De maneira geral há alguns pontos principais no comportamento da criança que interessam saber para fazer um mapeamento do dia-a-dia:
-se a criança responde de maneira exagerada a sons, movimentos, estímulos visuais, toque corporal, texturas, temperaturas e sabores. Se evita situações do dia, ambientes, pessoas, objetos, alimentos e certas brincadeiras.
- ou pelo contrário há uma resposta diminuída aos estímulos sensoriais havendo uma busca incessante por alguns destes estímulos demonstrando ter um comportamento diferente de outras crianças. Inclusive com pouca resposta a dor.
- se há problemas na organização e sequência do movimento intencional, ou atraso na coordenação motora ampla e fina
- se há dificuldades de atenção e memória
- se há atraso na linguagem.
- se há sintomas de medo, ansiedade e insegurança.

Havendo estes sintomas associados ao quadro de restrição alimentar provavelmente a criança se beneficiará com um programa de terapia ocupacional com abordagem na integração sensorial, além de outros profissionais que forem necessários de acordo com a história e comprometimento de cada um..



Lembretes: 
1- antes de tudo, tente compreender as aversões e preferências de seu filho. Elas irão mostrar o caminho de se construir uma boa relação. Pergunte a terapeuta do seu filho. Leia sobre Integração Sensorial.
Funciona muito bem quando cada um faz o exercício consigo, ou seja, perceba as suas próprias preferências sensoriais, suas reações frente a demanda do meio, os horários e disposições diferentes no decorrer do dia.
2- todo comportamento quer dizer algo sobre a pessoa. Entenda que a recusa alimentar em crianças com sintomas de DPS não é birra. É impossibilidade em processar algum tipo de textura, volume, quantidade e/ou temperatura dos alimentos. Além disso, a percepção de saciedade também é uma habilidade de base sensorial e difere muito para cada criança.
3- nunca force a criança a aceitar algo aversivo a ela. Entenda que a modulação e a discriminação das sensações muitas vezes estão alteradas. O que para um pode ser um prazer para outros pode ser um terror.
4-o quadro de DPS  pode se modificar mediante tratamento e pela adequação de hábitos no cotidiano.

Quer saber como?
Leia 10 dicas para ajudar no processamento sensorial em crianças com seletividade e recusa alimentar



sábado, 10 de agosto de 2013

Terapia de Integração Sensorial x Estimulação sensorial

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Integração Sensorial.
Aprendendo com os sentidos de forma integrada e lúdica


Todos nós precisamos dos sentidos para viver. A forma como realizamos o processamento das sensações de tudo que acontece conosco e no mundo dita muitas vezes as nossas preferências de buscas, respostas e estilos de vida.

Algumas pessoas que por causas orgânicas, afetivas e/ou ambientais que apresentam dificuldades em processar as impressões do seu próprio corpo e ao mesmo tempo dos ambientes podem ter dificuldades no ganho de sua autonomia.

Estas alterações podem ocorrer em qualquer pessoa e a resolução irá depender da história de cada um. Algumas crianças com o próprio crescimento aprendem como lidar e outras, a depender das oportunidades e disfunções, precisam de tratamento para ajudá-las em novas aprendizagens.
Ver também dificuldades de aprendizagemautismo e transtorno do desenvolvimento da coordenação motora.

A terapia de integração sensorial irá auxiliar em uma nova organização do indivíduo para este dar conta de suas relações nas diversas ocupações no cotidiano.
E quando estamos falando no trabalho com crianças será sempre ligado a brincadeiras.

Terapia de integração sensorial x estimulação sensorial

Vamos deixar claro que a integração sensorial é uma habilidade de cada indivíduo que envolve estruturas orgânicas, inclusive do sistema nervoso central, e que a terapia de integração sensorial irá trabalhar com pessoas que apresentam dificuldade nestas áreas, conforme descritas acima. Vai além de uma estimulação sensorial.

Na terapia de integração sensorial, que deve ser realizada por profissional especializado, há previamente uma avaliação e prescrição de um programa que pode ser modificado pela interação e evolução da criança mas que será facilitador para uma nova aprendizagem neuro evolutiva. Os sentidos são convocados durante as atividades de uma forma criteriosa, gradativa e combinados entre si, com respeito ao nível e possibilidade de cada um.

Devido a perguntas que tenho recebido gostaria de salientar que uma coisa é colocar a criança para sentir uma lixa ou um algodão. A outra é planejar uma atividade, que até pode ter um algodão ou uma lixa, mas que seja em um contexto lúdico, terapêutico e integrador para o processamento sensorial mais funcional desta criança.

Citando um exemplo, quando uma criança com hipersensibilidade tátil é colocada para pegar em um lixa que dá aflição à ela, ou se é colocada para balançar pelo modo e frequência que o adulto quiser, e sem contexto, isto não é terapia de integração sensorial. Da mesma forma usar um estímulo sensorial só como reforço de um bom comportamento, também não se caracteriza como uma terapia de integração sensorial.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dica de brinquedo com material reciclável para crianças pequenas do espectro autista

Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Qual brinquedo poderia criar com um galão de água vazio?  

Na época estava em busca de brinquedos que estimulassem o uso das mãos integrando a algum tipo de desafio cognitivo. É frequente encontrar crianças que pouco usam as pontas dos dedos por terem criado um comportamento defensivo aos estímulos táteis. 
A hipersensibilidade tátil é um dos sintomas da Disfunção de Processamento Sensorial que pode ocorrer em algumas pessoas,  inclusive em crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista), que já comentei em outras postagens. 
Usar as pontas dos dedos nos dá referência para discriminar o que sentimos, e o "como" sentimos estimula a coordenação motora refinada. Por sua vez a coordenação motora bem desenvolvida contribui para as experimentações necessárias ao desenvolvimento cognitivo. 

Simples e versátil
Um recipiente vazio largo com uma boca pequena que dá para ouvir o som fácil de bolinhas caindo!

Como criar pequenos desafios para uma  aprendizagem divertida?

Vamos lá! Coloquei uma bexiga com furo na boca do galão para a passagem das bolinhas.
A brincadeira é: colocar as bolinhas no galão pelo furo da bexiga. Esta cria uma resistência estimulando a usar as pontas dos dedos, principalmente polegar e indicador, e com dissociação. Ao cair faz um barulho gostoso. E como tirar as bolinhas?
Segundo desafio: descobrir e aprender a usar o procedimento de segurar o galão com as duas mãos até as bolinhas saírem pela abertura feita no galão. Dá para sair andando segurando o galão pela alça. Dá também para virar instrumento musical. E usar outros objetos.
O que usei:
-bexiga: para colocar na boca do galão. O adulto também trabalha a precisão para conseguri esta etapa.
-tesoura para recortar o furo da bexiga. O tamanho do furo depende da possibilidade da criança
-estilete para cortar a "saída de emergência" das bolinhas
-bolinhas de borracha, de diferentes cores e texturas
Faça estes procedimentos de recortar e furar longe da criança


O que precisa
Apresente o brinquedo pronto fazendo uma surpresa e estimule a criança descobrir como faz. Se precisar, ajude dando um modelo ou fazendo junto com ela.
Uso das mãos de forma diferenciada. Uso das pontas dos dedos. Causalidade "direta"

Saída de emergência das bolinhas
Uso e dissociação do polegar


Em qualquer brincadeira dê um espaço para a criança explorar ativamente do jeito dela. O modelo muitas vezes é importante mas sempre é bom perceber quando a criança quer usar o que descobriu, do jeito dela. Podendo até criar daquilo que você mostrou.


Sentindo a descoberta
Como faz?
Desafios estimulam novas aprendizagens
"causalidade indireta"

Os desafios devem ser sempre avaliados se estão ao alcance de cada criança e se há interesse lúdico e envolvimento. Nenhuma brincadeira  deve ser um fardo para criança, e nem treino.
O brinquedo quando convida à curiosidade, exploração e novas relações com prazer também pode virar instrumento de aprendizagem!