quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dica da terapia ocupacional - simplesmente pintar

Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO

Neste tempo atual de tantas ofertas de brinquedos e tecnologia, muitas vezes as crianças e pais são chamados a escolher por uma diversidade tão grande... e as brincadeiras mais simples podem escapar da valorização do adulto. 
Uma delas é a pintura

No início um papel em branco...e se fez o impulso  de criar
Nesta era tecnológica é comum encontrar crianças que nunca experimentaram pintar demoradamente sem uma formalização por parte do adulto. Pintar livremente, em diferentes suportes como papéis, papelão, reciclando materiais para virar brinquedos e, inclusive pintando o próprio corpo.
Pintar, entre outros aspectos, é uma atividade que integra corpo e imaginação, movimento e sensação, sentimento e pensamento, território corporal e do mundo, o próprio ato criativo sozinho ou compartilhado. A coordenação de tantos músculos ao usar os instrumentos na tentativa de criar, brincar, descobrir, poder reconhecer os limites de seu corpo nutrido pelos sentidos, aliar o que pensa, o que sonha, o que quer dizer...de forma espontânea e natural. 
O grande avanço da espécie humana, o uso dos instrumentos, deve ser comemorado mas sem esquecer das relações de quem pega o pincel, quem faz um desenho, quem dirige um carro, quem joga ou simplesmente quem brinca, onde brinca, com quem brinca e em que tempo é permitido brincar. 
Que o brincar não fique só nas ferramentas tecnológicas. Um jogo no tablete por exemplo, não substitui a sensação de escorrer a tinta pelos dedos ou a magia de se ver formando uma imagem, fazendo simplesmente experimentações.
Portanto, devemos favorecer um espaço onde a criança faça suas próprias elaborações durante  a brincadeira com as tintas. 
Sim, o ato de pintar pode ser uma brincadeira! 
E que esta vá além dos muros das escolas e consultórios. 
Do branco do papel às cores, formas, nomes... ao impulso de criar, sem pressa, aberta  ao encantamento do novo. 

Dicas aos pais:
-tenha sempre em casa um jogo de tintas de várias cores e
-pinceís de diversos tamanhos, esponjas, e o que mais você encontrar junto com a criança
-tenha diferentes suportes: madeira, papel, papelão, caixas, potes de plásticos
-escolha um local da casa onde possa ter respingos de tinta e depois lavar. Pode ser também usado plástico no chão e combinar com a criança o limite da casa onde ela pode pintar.
-já vi opções interessantes onde a família reservou uma parede de azulejo na garagem de casa, por exemplo, para a pintura livre.
-coloque "roupa de guerra", ou seja, aquela que pode ser pintada. Pode ser também uma camiseta velha de adulto, além dos tradicionais aventais.
-incentive a criança a escolher os materiais e montar o espaço.
-desde que a idade permita, incentive a criança a limpar o local da brincadeira. Pode ser outra diversão e aprendizado.
-no caso de filho único, favoreça momentos de pintar com outras crianças. Chame um vizinho ou alguém da familia e promova uma tarde diferente.
-a depender da idade e circunstâncias deixe também alguns momentos a criança sozinha.
-procure não fazer interpretações intelectuais à produção ou comentarios que tem a ver com sua expectativa. Comentários são bem vindos, desde que seja numa atitude de escuta ao que a criança queira dizer ou numa troca espontânea que é comum aparecer quando o adulto realmente se entrega também a brincadeira. 

Lembre-se: a atitude do adulto é um elemento importante que possibilita um ambiente favorável para a criação espontânea.O mais importante é a criança  se sentir segura e confiante na entrega de pintar sem pretensão e sem pressa.
E boa diversão!





Nenhum comentário:

Postar um comentário