Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Neste tempo atual de tantas ofertas de brinquedos e tecnologia, muitas vezes as crianças e pais são chamados a escolher por uma diversidade tão grande... e as brincadeiras mais simples podem escapar da valorização do adulto.
Uma delas é a pintura.
No início um papel em branco...e se fez o impulso de criar |
Pintar, entre outros aspectos, é uma atividade que integra corpo e imaginação, movimento e sensação, sentimento e pensamento, território corporal e do mundo, o próprio ato criativo sozinho ou compartilhado. A coordenação de tantos músculos ao usar os instrumentos na tentativa de criar, brincar, descobrir, poder reconhecer os limites de seu corpo nutrido pelos sentidos, aliar o que pensa, o que sonha, o que quer dizer...de forma espontânea e natural.
O grande avanço da espécie humana, o uso dos instrumentos, deve ser comemorado mas sem esquecer das relações de quem pega o pincel, quem faz um desenho, quem dirige um carro, quem joga ou simplesmente quem brinca, onde brinca, com quem brinca e em que tempo é permitido brincar.
Que o brincar não fique só nas ferramentas tecnológicas. Um jogo no tablete por exemplo, não substitui a sensação de escorrer a tinta pelos dedos ou a magia de se ver formando uma imagem, fazendo simplesmente experimentações.
Portanto, devemos favorecer um espaço onde a criança faça suas próprias elaborações durante a brincadeira com as tintas.
Sim, o ato de pintar pode ser uma brincadeira!
E que esta vá além dos muros das escolas e consultórios.
Do branco do papel às cores, formas, nomes... ao impulso de criar, sem pressa, aberta ao encantamento do novo.
Dicas aos pais:
-tenha sempre em casa um jogo de tintas de várias cores e
-pinceís de diversos tamanhos, esponjas, e o que mais você encontrar junto com a criança
-tenha diferentes suportes: madeira, papel, papelão, caixas, potes de plásticos
-escolha um local da casa onde possa ter respingos de tinta e depois lavar. Pode ser também usado plástico no chão e combinar com a criança o limite da casa onde ela pode pintar.
-já vi opções interessantes onde a família reservou uma parede de azulejo na garagem de casa, por exemplo, para a pintura livre.
-coloque "roupa de guerra", ou seja, aquela que pode ser pintada. Pode ser também uma camiseta velha de adulto, além dos tradicionais aventais.
-incentive a criança a escolher os materiais e montar o espaço.
-desde que a idade permita, incentive a criança a limpar o local da brincadeira. Pode ser outra diversão e aprendizado.
-no caso de filho único, favoreça momentos de pintar com outras crianças. Chame um vizinho ou alguém da familia e promova uma tarde diferente.
-a depender da idade e circunstâncias deixe também alguns momentos a criança sozinha.
-procure não fazer interpretações intelectuais à produção ou comentarios que tem a ver com sua expectativa. Comentários são bem vindos, desde que seja numa atitude de escuta ao que a criança queira dizer ou numa troca espontânea que é comum aparecer quando o adulto realmente se entrega também a brincadeira.
Lembre-se: a atitude do adulto é um elemento importante que possibilita um ambiente favorável para a criação espontânea.O mais importante é a criança se sentir segura e confiante na entrega de pintar sem pretensão e sem pressa.
E boa diversão!
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