Por Ana Elizabeth Prado
Crefito 3/1670 TO
Vivemos em um planeta que está sob a ação da gravidade e precisamos dar conta de tudo que acontece ao redor e dentro de nós, a todo instante. Em um determinado tempo na escala evolutiva ficamos em pé e construímos uma organização corporal para vingar nesta condição. Com todos os sentidos.
Prosseguimos especializando cada vez mais o nosso corpo e cérebro num jogo interativo e funcional entre seres, coisas e ambientes criando modos de sentir, perceber, interagir, conhecer que continuam a se modificar até hoje e que seguirá num modo contínuo em uma forma de auto alimentação recíproca e complexa para sempre ir se adaptando às mudanças que surgirão na própria evolução do planeta.
Há um processo fundamental da vida e para a vida, processo este que engendra "como" podemos receber e atender a demanda interna e externa ao corpo, a partir dos sentidos, processar estas informações, perceber, memorizar, escolher, elaborar conceitos, produzir respostas, formar comportamentos, aprender e compartilhar o conhecimento.
Os sentidos dão o tom à nossa vida. Para que o desenvolvimento e aprendizagem fluam é necessário que os sistemas sensoriais estejam em um bom funcionamento recíproco e colaborativamente orgânico. Desde a vida uterina estão sendo formadas estruturas orgânicas e caminhos a partir da interação... o biológico se cultivando nos ambientes. Cada um dos sistemas, no que lhe é peculiar, vai caracterizando o nosso modo de viver de um jeito complexo e interdependente entre sensação, emoção, cognição e interatividade. E os corpos vivendo e sustentando toda esta riqueza.
No entanto, existem algumas condições que podem alterar esta cultura biológica social de viver. Por diversos fatores, orgânicos e ambientais, algumas pessoas encontram dificuldades em processar a demanda da vida em conexão, em tempo integral, e isto pode acarretar problemas posturais, de desenvolvimento, aprendizagem, comunicação, interação social, emocional e nas habilidades dos diversos papéis ocupacionais cotidianos.
O ser humano sempre tenta buscar um modo em adaptar-se ao meio em que vive. Quando não o encontra pode haver frustração, fuga, raiva, medo, desânimo, desatenção, insegurança, dificuldades de memória, raciocínio, desagregação da personalidade e desorganização da própria vida.
Uma das alternativas é procurar práticas para co-regulação sensorial e emocional tornando favorável uma organização ativa e subjetiva no cotidiano. São muitas opções de acesso a um estado mais organizador e funcional. A abordagem de integração sensorial é uma delas.
Mas o principal é que cada pessoa, familiar e cuidador vá em busca do que seja significativo à história da pessoa que esteja precisando, inserido nos contextos familiar, educacional, de trabalho ou no lazer...o bem viver em comunidade.
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